terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Física Quântica & Espiritualidade

Nós temos a tendência de pensar na mente como “aqui dentro” e no mundo como “lá fora”, a mente como subjetiva e o mundo, o corpo, como objetivo. Buda ensinou que mente e objeto da mente não existem separadamente, eles interexistem. Sem este, o outro não pode ser. Não há observador sem o observado. Objeto e sujeito se manifestam juntos.


Thich Nhat Hanh
do livro "Buddha Mind, Buddha Body: Walking toward Enlightenment



O mais importante talvez seja que a física quântica apagou a distinção cartesiana rígida entre sujeito e objeto, observador e observado, que dominou a ciência por quatrocentos anos. E isso também é o mais perturbador... Na física quântica, o observador influencia o objeto observado. Não há os observadores isolados de um universo mecânico; tudo participa do Universo.

Se a ciência e o espírito buscam a natureza da realidade ilimitada, então em algum momento seus caminhos precisam se cruzar. As escrituras sagradas mais antigas que conhecemos, os Vedas, descrevem o mundo como "maya"/ilusão . A física quântica afirma que a realidade não é o que vemos; na melhor das hipóteses, ela é praticamente vazia, ondas de nada insubstancial.

Os budistas falam da "origem interdependente" de tudo. Na física existe a teoria do Emaranhamento, segundo a qual todas as partículas estão conectadas, e assim estiveram desde o Big Bang, onde elas se emaranhavam pela primeira vez. - E daí surge a inevitável pergunta: se o Big Bang é a origem do Universo, o Que ou Quem provocou o Big Bang? Se há o "Todo Emaranhado", tem que haver também um agente Causador/Mantenedor do Emaranhamento, que precisaria ser muito parecido com o que as religiões denominam Deus...


E agora? Ciência e espiritualidade finalmente darão as mãos?

Temos no Zen um koan (espécie de provérbio em forma de pergunta, feito aos estudantes para despertar a iluminação) muito conhecido: "Qual é o som de uma das mãos batendo palmas?" - Há um eco para isso numa pergunta da física que enlouquece os cientistas: "Como é possível uma partícula estar em dois lugares ao mesmo tempo?"...Profissionais mergulham em suas respectivas disciplinas, mas a história do progresso humano mostra que a evolução ocorre quando áreas progressivamente mais vastas de estudo são integradas. Como a espiritualidade e a ciência, por exemplo...

Fonte e bibliografia: Livro "Quem somos nós?", 2005 - William Arntz, Betsy Chasse e Mark Vicente (Prestígio Editorial)



texto parcialmente extraído do blog "A Arte das Artes"

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito legal. Realmente, os métodos mudam, os caminhos mudam, mas todos chegam a um mesmo lugar.

Bjs