segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Tem que ser na medida certa
O Mestre Zen encarregou o discípulo de cuidar de um campo de arroz. No primeiro ano, o discípulo vigiava para que nunca faltasse a água necessária. O arroz cresceu forte, e a colheita foi maior. No segundo ano ele teve a ideia de acrescentar um pouco de fertilizante. O arroz cresceu rápido e a colheita foi maior. No terceiro ano, ele colocou mais fertilizante. A colheita foi maior ainda, mas o arroz nasceu pequeno e sem brilho.
- Se continuar aumentando a quantidade de adubo, não terá nada de valor ano que vem - disse o mestre! Você fortalece alguém, quando ajuda um pouco, mas enfraquece quando ajuda muito.
Conto Zen
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Mudando nossos julgamentos
Um pensamento, uma história, um conto, um dizer, um filme, enfim, qualquer produção humana pode ser interpretada de inúmeras formas, não só dependendo de pessoa para pessoa, mas de acordo com a época de vida, contexto ou idade ou mesmo das experiências adquiridas por tal indivíduo. Seria loucura não considerar que cada um de nós tem seus parâmetros de interpretação e entendimento de algo, sem contar os nossos julgamentos. Podemos olhar para uma paisagem e, descrevendo posteriormente para outras pessoas, fazê-las pensar que estivemos olhando lugares diferentes. Mantemos nosso foco e damos importância de acordo com nossa personalidade, nossa bagagem de vida e nossos valores. Até aí, tudo bem.
A questão é quando agregamos uma escala de "verdades" à nossa interpretação e saímos por aí em conflito, fazendo com que todos que tenham uma visão diferente da nossa sejam discriminados e julgados. Assim é o preconceito, pré- conceito, ou seja, antes mesmo de tentar aceitar e entender outros pontos de vista e maneiras de ser, nos fechamos na nossa zona de conforto e não abrimos espaço ao que não necessariamente é novo, mas sim estranho a nós. Mais fácil é conceituar, julgar e rotular. Cristalizamos assim nossa energia e não fluímos com a vida.
Esse filme que gostaria de recomendar, Himalaia (Himalaya - L´enfance d´un chef, 1999) é uma dessas histórias que podem ser intrerpretadas de várias formas. O subtítulo se refere à infância de um futuro líder. Mas a minha interpretação focou em outras questões e tem a ver com a introdução desse texto.
Fala sobre a história de uma tribo, que, morando em um dos lugares mais inóspitos do planeta, tem apenas o sal para comercializar. Para isso tem que fazer uma travessia, liderada pelo chefe da tribo. O filme começa com a morte desse líder e a desconfiança de seu pai sobre as reais causas e condição de sua morte. Desconfia do melhor amigo do filho, que por uma questão hierárquica, passa a ser o futuro líder. Bom, vale a pena ver o desenrolar da história e não gostaria de ter o mau gosto de contar o fim do filme, mas a lição que me marcou foi essa, a de que temos que abandonar nossos preconceitos, nossa visão pré concebida das pessoas e fatos e ampliarmos nossos horizontes e visão, para enxergar além do que estamos acostumados e que certamente nos levará a estágios mais avançados de felicidade e paz de espírito.
Ah, as imagens são deslumbrantes (não deixe de ver os extras, a equipe de filmagem também passou pelas mesmas dificuldades de se estar num lugar tão ermo), a trilha sonora é magnífica e tem uma frase que me marcou, não vou saber repetí-la textualmente pois já assisti a esse filme a algum tempo, mas foi dita pelo outro filho do ancião, um monge que se dedicava à arte da pintura no mosteiro e que foi também solicitado para fazer a tal travessia do sal. Ele disse assim, quando foi questionado por que estava no meio daquela empreitada: "meu mestre fala que ao aparecerem dois caminhos diferentes na nossa vida, para seguir pelo mais difícil".
Segue uma passagem da travessia, com a música que mais gostei:
A questão é quando agregamos uma escala de "verdades" à nossa interpretação e saímos por aí em conflito, fazendo com que todos que tenham uma visão diferente da nossa sejam discriminados e julgados. Assim é o preconceito, pré- conceito, ou seja, antes mesmo de tentar aceitar e entender outros pontos de vista e maneiras de ser, nos fechamos na nossa zona de conforto e não abrimos espaço ao que não necessariamente é novo, mas sim estranho a nós. Mais fácil é conceituar, julgar e rotular. Cristalizamos assim nossa energia e não fluímos com a vida.
Esse filme que gostaria de recomendar, Himalaia (Himalaya - L´enfance d´un chef, 1999) é uma dessas histórias que podem ser intrerpretadas de várias formas. O subtítulo se refere à infância de um futuro líder. Mas a minha interpretação focou em outras questões e tem a ver com a introdução desse texto.
Fala sobre a história de uma tribo, que, morando em um dos lugares mais inóspitos do planeta, tem apenas o sal para comercializar. Para isso tem que fazer uma travessia, liderada pelo chefe da tribo. O filme começa com a morte desse líder e a desconfiança de seu pai sobre as reais causas e condição de sua morte. Desconfia do melhor amigo do filho, que por uma questão hierárquica, passa a ser o futuro líder. Bom, vale a pena ver o desenrolar da história e não gostaria de ter o mau gosto de contar o fim do filme, mas a lição que me marcou foi essa, a de que temos que abandonar nossos preconceitos, nossa visão pré concebida das pessoas e fatos e ampliarmos nossos horizontes e visão, para enxergar além do que estamos acostumados e que certamente nos levará a estágios mais avançados de felicidade e paz de espírito.
Ah, as imagens são deslumbrantes (não deixe de ver os extras, a equipe de filmagem também passou pelas mesmas dificuldades de se estar num lugar tão ermo), a trilha sonora é magnífica e tem uma frase que me marcou, não vou saber repetí-la textualmente pois já assisti a esse filme a algum tempo, mas foi dita pelo outro filho do ancião, um monge que se dedicava à arte da pintura no mosteiro e que foi também solicitado para fazer a tal travessia do sal. Ele disse assim, quando foi questionado por que estava no meio daquela empreitada: "meu mestre fala que ao aparecerem dois caminhos diferentes na nossa vida, para seguir pelo mais difícil".
Segue uma passagem da travessia, com a música que mais gostei:
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Renascimento
God does not send us despair in order to kill us;
he sends it in order to awaken us to new life.
Hermann Hesse
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Ame, portanto!
arte Eva Uviedo
Se você ama uma pessoa, aos poucos a forma dessa pessoa desaparece e você fica mais em contato com o interior dela. E se você for mais fundo, até mesmo o interior da pessoa amada some e abre-se o além.
Essa pessoa era apenas uma porta, e através dela você encontrou o Divino.
Quando a gente não consegue amar, precisa de provas e rituais. Mas o ser amado está sempre próximo, é só deixá-lo revelar-se.
Sempre nos parece difícil estar em contato permanente com o Universal, ele não tem começo nem fim, ele é imenso. Mas o caminho para chegar até Ele é sempre através de uma pessoa.
Ame, portanto.
E que o amor não seja uma competição, mas uma profunda aceitação do outro. Convide-o então, ao amor, para que penetre e mergulhe em você, sem qualquer condição.
Você vai ver: de repente o outro desaparecerá e Deus estará presente. Por que, se o amado não puder tornar-se Divino, então nada no mundo poderá tornar-se Divino e toda religião será absurda.
Isso pode acontecer em relação a uma criança e até a um cão, por exemplo. Se você estiver mergulhado num relacionamento profundo com alguém ou com alguma coisa, essa coisa se tornará Divina. A chave básica é deixar que o outro penetre no seu âmago. As pessoas se aborrecem umas com as outras e sempre ficam esperando algo de bom ou mau da outra pessoa.
Não espere nada de ninguém, tente apenas encontrar no outro aquilo que está oculto.
Allahur Akbar
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Às vezes é melhor...
Às vezes mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizemos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito. Somos outra vez donos da nossa vida e tudo é outra vez mais fácil, mais simples, mais leve, melhor...
E mesmo que a voz trema por dentro, há que fazê-la sair firme e serena, e mesmo que se ouça o coração bater desordenadamente fora do peito é preciso domá-lo, acalmá-lo, ordenar-lhe que bata mais devagar e faça menos alarido, e esperar, esperar que ele obedeça, que se esqueça, apagar-lhe a memória, o desejo, a saudade, a vontade.
Margarida Rebelo Pinto
arte Eva Uviedo
~ obrigada a minha querida Ana Seixas (Aninha) por ter compartilhado
E mesmo que a voz trema por dentro, há que fazê-la sair firme e serena, e mesmo que se ouça o coração bater desordenadamente fora do peito é preciso domá-lo, acalmá-lo, ordenar-lhe que bata mais devagar e faça menos alarido, e esperar, esperar que ele obedeça, que se esqueça, apagar-lhe a memória, o desejo, a saudade, a vontade.
Margarida Rebelo Pinto
arte Eva Uviedo
~ obrigada a minha querida Ana Seixas (Aninha) por ter compartilhado
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
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