Assisti nesses dias a um filme que me tocou profundamente. Ele não é recente e o título em português é "Depois de partir" (Afterwards, 2008).
A história tem suas surpresas, muitas, e mostra a trajetória de um menino que sofre um acidente e experiencia a morte e a volta à vida. Anos mais tarde um misterioso homem passa a lhe mostrar um novo caminho e uma nova forma de encarar a morte. Essa é a sinopse básica. O que o filme foca, ou pelo menos esse foi a meu entendimento, é o preparo de algumas pessoas para a hora da morte, a qual ninguém está livre.
Nesse filme existem os "mensageiros", pessoas que tem o dom de saber ao olhar para uma pessoa se esta está perto da sua hora de partir. Existe, a partir desse fato, um acompanhamento para fazer com que a pessoa encontre paz e serenidade até esse fato se consumar.
Pelas expriências que tenho vivido esses dias agora, de mais uma vez estar presenciando a "morte anunciada" de uma pessoa tão próxima e querida, começo a me questionar se o preparo para a morte é para quem vai ou se ele é ainda mais importamte para quem fica.
É muito doloroso, muito mais, imensamente mais, diria, ver o sofrimento de quem amamos do que a morte propriamente. É quase constrangedor estar na presença de alguém que sofre e não tem muito mais tempo de vida dizer algo de conforto ou tentar disfarçar com comentários amenos aquela situação, fingindo que tudo está bem, ou que aquele assunto vai minimizar a dor ou ser relevante para algum de nós.
O único consolo, depois de viver situações anteriores dessa natureza, é que com o tempo, por mais clichê que possa parecer, tudo passa. Na verdade, a dor do sofrimento passa, assim como a dor da tristeza da perda. Depois, o que passa é a saudade doída, aquela que nos faz chorar. E o que fica é apenas a saudade daquela pessoa, saudade gostosa, do convívio, do compartilhamento.
E mais uma vez a vida tem os seus processos, e a cada experiência dessas vamos aprendendo a lidar com o inevitável.
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