Esta qualidade especial de amor e bondade (metta) é a generosidade e a abertura do coração que simplesmente deseja que todos os seres sejam felizes. Metta não procura benefício pessoal. Não é oferecida com a expectativa de receber algo em troca. E porque não está dependente de condições externas, das pessoas serem ou comportarem-se de uma certa maneira, não está facilmente sujeita à decepção. Quando metta se torna mais forte, sentimo-nos mais abertos aos outros, mais abertos a nós mesmos, com benevolência e bom humor.
Os primeiros versos do Karanyia Metta Sutra, o discurso do Buda sobre o Amor/Bondade diz exatamente como preparar o terreno para desenvolver e aprofundar este tipo de amor:
Isto é o que deve ser feito por aquele que é hábil nos seus propósitos,
que quer progredir para o estado de paz:
Ser capaz, correto e sincero,
fácil de ser instruído, gentil e sem arrogância,
satisfeito e fácil de ser sustentado,
com poucas obrigações, vivendo de maneira simples,
com as faculdades em paz, um mestre,
modesto, e sem cobiça por benfeitores.
(...)
Como uma mãe arriscaria sua vida
para proteger o seu filho, seu único filho,
da mesma forma, com relação a todos os seres, cultiva um coração sem limites.
Com boa vontade para todo o universo,
cultiva um coração sem limites.
Metta não chega pensar que o amor é uma boa ideia. Há trabalho a fazer, alguma atenção a ser dispensada. Precisamos expressa- lo na forma como lidamos com as pessoas. Ser "capaz, correto e sincero" significa estar comprometido com uma honestidade e simplicidade básicas, falando e agindo sem enganar e sem segundas intenções.
Ser "fácil de ser instruído e gentil" significa ser abordável e na verdade fazer da gentileza e da facilidade a nossa prática na forma de estarmos com os outros. E não ser orgulhoso, lembra-nos do verdadeiro sentido da humildade, que não é uma submissão, mas em vez disso, a falta de egocentrismo:
"A verdadeira humildade é a ausência de alguém para se orgulhar” (Wei Wu Wei)"
"A verdadeira humildade é a ausência de alguém para se orgulhar” (Wei Wu Wei)"
Joseph Goldstein, One Dharma
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