sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

"Eu fico com a pureza da resposta das crianças"

Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...


Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...


E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...


E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?


Meu irmão...

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...


Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...


Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...


Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...


Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...


E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...


Gonzaguinha, música "O que É, o que É? "

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Para meu querido amigo Maneco

Para um amigo impecável. Para alguém que por quase 25 anos de convivência, de sua boca só ouvi palavras ora sensíveis, ora bem humoradas, sempre inteligentes. Para um ser humano sensível, alma boa, boa gente, jeitão carioca, cujo único "pecado" foi ter saído assim tão de sopetão das nossas vidas. Vamos sentir saudades, vamos continuar a nossa jornada, mas definitivamente ela continuará muito mais sem graça sem a sua presença...



A arte de perder não é nenhum mistério;
tantas coisas contêm em si o acidente

de perdê-las, que perder não é nada sério.

Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
a chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Depois perca mais rápido, com mais critério:
lugares, nomes, a escala subseqüente
da viagem não feita. Nada disso é sério.

Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero
lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.

Perdi duas cidades lindas. E um império
que era meu, dois rios, e mais um continente.
tenho saudade deles. Mas não é nada sério.

— Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo
que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério
por muito que pareça (escreve!) muito sério.


"One art", Elisabeth Bishop, tradução Paulo Henriques Brito


dedicado a Manoel Carlos de Almeida Jr.
* 28/05/1953
+12/02/2012


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Filho


Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo ! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo.

José Saramago

em memória ao nosso querido Thiago * 03/02/1979   + 01/02/2012

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Simplificando



Um homem disse ao Buda: "Eu quero felicidade".

Lord Buda então respondeu:
- Primeiro remova o "eu", isso é o ego. Depois remova o "quero", isso é desejo. Veja agora que você ficou apenas com a "felicidade".

(desconheço a autoria)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Uma questão matemática




Para ganhar conhecimento, adicione coisas todos os dias. Para ganhar sabedoria, elimine coisas todos os dias. 

 LaoTsé

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

"Que a minha prece seja"



Que a minha prece seja não para ser protegido dos perigos,
mas para não ter medo de enfrentá-los.
Que a minha prece seja não para acalmar a dor,
mas para que o coração a conquiste.

Permita que na batalha da vida
não procure aliados mas minhas próprias forças.
Permita que não implore no meu medo, ansioso por ser salvo,
mas que aguarde a paciência para conquistar minha liberdade.

Rabindranath Tagore