Certa ocasião, Buda estava nas Montanhas dos Abutres, junto à cidade de Rajagriha. Num bosque próximo, um monge de nome Sona estava entregando-se à meditação. Aplicava-se bastante, mas, não conseguindo a Iluminação, sentiu-se um dia desnorteado e veio ter com Buda:
- Mestre, estou fazendo exercícios severíssimos. Dentre todos os discípulos, não há quem me iguale em zelo. Por que, então, não consigo obter a Iluminação? Talvez seja melhor que eu volte para casa. Tenho bens, que me permitem levar uma vida feliz. Não é melhor, pois, que eu abandone o Caminho e volte ao mundo?
Buda retrucou-lhe: - Sona, antes de te tornares monge, eras um exímio harpista, não? - Bem, eu tinha certa habilidade com esse instrumento. - Então responde: quando as cordas da harpa estão muito tensas, obtém-se bom som? - Não, Mestre. - Quando as coradas estão bastante frouxas, obtém-se bom som? - As cordas não devem estar nem tensas nem frouxas demais. - O mesmo se dá com a prática do Dharma, Sona. Aplicação demasiada traz inquietação à mente, a folga demasiada traz negligência. É necessário seguir o Caminho Médio entre esses dois extremos.
Desde então, Sona passou a exercitar-se segundo tais instruções, obtendo por fim a Iluminação.
“(...) O primeiro e o mais direto resultado do momento de iluminação é a crença na possibilidade de um caminho de conhecimento que se pode chamar revelação ou visão interna, ou intuição, em contraste com os sentidos, a razão e a análise, que são considerados como guias cegos que conduzem aos pântanos da ilusão. A concepção de uma Realidade para além do mundo das aparências e inteiramente diferente dele está intimamente ligada a essa crença. Olha- se esta Realidade com uma admiração que muitas vezes raia a adoração; ela é sentida como estando sempre e em toda a parte bem à mão, levemente velada pelos artifícios dos sentidos e pronta a brilhar em toda a sua glória para a mente receptiva, a despeito da aparente loucura e da malevolência dos homens. O poeta, o artista e o amante são buscadores dessa glória: a beleza assombrada que perseguem é a frágil reflexão do seu sol. Mas o místico vive na plena luz da visão: o que os outros procuram vagamente ele o sabe, com um conhecimento ao lado do qual todo o outro conhecimento é ignorância.”
"Você foi chamado, vai ser transmutado em energia seu segundo estágio de humanóide hoje se inicia fique calmo, vamos começar a transmissão meu sistema vai mudar sua dimensão."