Uma pessoa compadecida não vê os erros dos outros.
Ela não vê as fraquezas das pessoas.
Ela não faz distinção entre as pessoas boas e más.
Quando alguém está repleto de Amor e compaixão, essa pessoa não pode traçar uma linha entre países, fés e religiões. Ela não tem ego. Assim, não há medo, cobiça ou paixão.
Ela simplesmente perdoa e esquece.
Compaixão é como uma passagem. Tudo passa por ela. Nada pode ficar ali, porque onde há Amor genuíno e compaixão, não há apego.
Você ama seu filho ou filha, mas não ama todas as crianças.
Você ama seu pai e mãe, mas não ama a todos da mesma maneira.
Você ama sua religião, mas não ama todas as religiões. Você pode até não gostar de outras fés.
Da mesma forma, você tem amor por seu país, mas não ama todos os países e, talvez, sinta animosidade em relação a diferentes povos.
Portanto, esse não é o Amor real; é apenas amor limitado. A transformação desse amor limitado em Amor Divino é o objetivo da espiritualidade.
Na plenitude do Amor, brota a bela e perfumada flor da compaixão. Quando as obstruções do ego, o medo e o sentimento de 'outro' desaparecem, você não pode fazer nada, a não ser Amar.
Você não espera retorno por seu amor. Você não se importa em receber nada; você simplesmente flui. Quem quer que venha ao rio do Amor será banhado nele, seja a pessoa saudável ou doente, homem ou mulher, rica ou pobre.
Qualquer um pode tomar quantos banhos desejar no rio do Amor. O rio do Amor não se importa se a pessoa se banha nele ou não. Se alguém o critica ou insulta, o rio do Amor não percebe. Ele simplesmente flui.
Quando esse Amor transborda e é expresso em cada palavra ou ato, chamamo-lo de compaixão.
Esse é o objetivo da religião. Uma pessoa que está repleta de Amor e compaixão compreendeu os verdadeiros princípios da religião.
Antes de uma pessoa estudar o Zen, as montanhas são montanhas e as águas são águas; depois de um primeiro contato com a realidade Zen, as montanhas não são mais montanhas e as águas não são águas; mas, após a iluminação, as montanhas voltam a ser montanhas e as águas a ser águas.